Red Bull House of Art

Sábado agora teve abertura da exposição da 3ª edição da Red Bull House of Art.

Participei da 2ª edição e ver a "galeria" pintada novamente me lembrou que não havia postado sobre o trabalho que lá realizei como finalização do processo.
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Essa residência ocorre no edifício Sampaio Moreira na Rua Libero Badaró no Centro de São Paulo, prédio que estava abandonado fazia alguns anos.

Agora o edíficio passa por um processo de restauro em seus andares e esse processo se dá pela mudança da Secretaria de Cultura de São Paulo para o mesmo nos próximos anos.

A exposição ocorre na garagem "adaptada" à galeria, no térreo, e com saída para a calçada. 
Meu trabalho consistiu em restaurar os azulejos cobertos de branco.



Gerwald Rockenschaub

Sobre o ponto que você começa a resolver a astúcia da arte:

É quando já não se refere a si mesmo, quando o seu contexto e estrutura condicional interagem.


(algo assim)

SAC 42 - terceira parte

Voltei à cidade no final de semana seguinte a troca de emails como havia combinado.

Pensei a respeito do que deveria fazer tendo em consideração o período de uma exposição, a real intenção do trabalho e o público visitante.

Achei justo realizá-lo novamente a partir do conceito esboçado no texto da primeira parte desses três posts.

Modifiquei seu local inicial e sintetizei sua apresentação a dois materiais: o plástico já coletado e sacos cheios de entulhos.


SAC 42 - segunda parte

Uma semana após realizar o trabalho houve uma forte chuva e recebi um telefonema da organização.
Respondi por email que tinha que pensar a respeito e que iria à cidade novamente.
Recebi como resposta um email aberto à organização e curadores com fotos em anexo, o qual respondi com o email abaixo:

From:bbaptistelli@hotmail.com

Olá,

Fique tranquilo que não estou descontente com a apresentação atual do trabalho(fotos abaixo), vocês tem se mostrado bastante atenciosos e por enquanto o trabalho deve ser mantido como se encontra.

Na verdade eu entendo que esse seja um momento do trabalho, inclusive esboçado no texto anterior que enviei, mas também em anexo.
Acho que a natureza venceu uma ação humana. (Isso também porque não utilizei, e não costumo utilizar nesse tipo de trabalho, materiais além dos encontrados em caçambas e entulhos)
Me mostra também a dificuldade de inserção de um trabalho geralmente realizado na rua, em uma instituição, sem que isso se dê pelo viés do registro fotográfico, e sim de encontro com a ação e a matéria.
De certa forma, demonstra ainda o momento em que o resíduo retorna a sua qualidade inicial de resíduo, o que acho interessante em termos históricos do objeto de arte.

Bem, o projeto original era para ser realizado dentro do espaço expositivo e só foi realizado externamente porque me foi pedido.
Talvez possa ser uma solução, em termos de manutenção ou apresentação, retornar a idéia original, o que acha?
De qualquer maneira irei à cidade no sábado avaliar pessoalmente se esse momento será incorporado, ou remontado com possíveis instruções de manutenção.
Tudo bem para vocês? Você estará no sábado na Pinacoteca ou alguém da organização?

Aproveitando também esse canal aberto, se possível gostaria de saber a posição do juri em relação ao assunto.

Vamos nos falando!
Grande abraço à todos!

B.

 A organização, como combinado, me mandou as fotos de como o trabalho estava após as chuvas:




SAC 42 - primeira parte

O computador quebrou, queria ter postado sobre o 42 Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba um pouco antes...Serão três posts para falar de 3 momentos do trabalho que fiz por lá.
 
Como forma de apresentação pedagógica do trabalho realizado lá no SAC 42 escrevi o texto abaixo o qual foi enviado aos organizadores e pessoas envolvidas no evento.
 
Rio e Curva do Rio
 
                                  Registro fotográfico do Rio Piracicaba ao término da Rua Morais Barros.

Em meu projeto proposto para o SAC42º manifestei minha vontade de realizar um trabalho que denominei por: objeto/pintura site specif no espaço expositivo da Pinacoteca Municipal de Piracicaba. Tratava-se de um projeto em que me deslocaria para a cidade de Piracicaba, recolheria materiais abandonados na própria cidade, e posteriormente montaria o trabalho tal como dito anteriormente.

Ao ser selecionado para o Salão, fui comunicado por telefone que deveria criar um trabalho para o lado exterior da mesma pinacoteca.

No dia 28 de outubro fui à Piracicaba com pouca ou nenhuma idéia do que iria me deparar naquela cidade. Obviamente, essa situação já era prevista e portanto, tratei de conhecer minimamente o entorno da Pinacoteca e da Rodoviária. Nesse mesmo trajeto, fui recolhendo materiais e observando a paisagem.

Ao chegar ao fim da Rua Morais Barros, rua onde fica a Pinacoteca, retirei a foto acima.

Nela observamos a tranquilidade das águas de um lado, em contraponto à pequena agitação do outro. Essa pequena agitação se dá pelo acúmulo natural de objetos da natureza (pedras, galhos, folhas) e possívelmente de objetos de uso domésticos (restos de móveis, papelões etc.) que ocorre nas curvas de rios. 

Após recolher material suficiente nas caçambas e entulhos da cidade, comecei a manipulá-los na área externa da Pinacoteca, descobrindo o corrimão como possível suporte para uma intervenção.
Nesse momento, a ação de se realizar um trabalho artístico extrapola intenções racionalizadas a priori e apresenta-se como diálogo entre corpo e matéria. Existindo pela manipulação/ relação e deixando como “produto” um registro, resíduo, ou obra.

No meu caso em específico, enxerguei a dualidade existente num corrimão, que divide e determina um caminho, a possibilidade de se estabelecer um paralelo com minha observação do Rio.




Tive ainda a sorte de, ao lado oposto do corrimão, haver uma calha que, obstruída pela materialidade encontrada, interromperia o fluxo de água. Quase como uma ilustração do conceito surgido no decorrer da execução, feito de maneira muito sutil.

                                                                 Calha de escoamento de água proveniente do telhado da pinacoteca
                                                                     Bruno Baptistelli(Beba)
                                                          novembro 2010

Algo do que estamos fazendo...(e acabou)

Ontem reparei que muitos que estão trabalhando com arte nesse momento, e próximas a mim, possuem processos semelhantes em suportes variados (singularidades).
A criação de novas relações de significados entre: matérias, formas, temas etc. Pela aproximação, sobreposição, dos objetos.

A foto acima foi retirada antes do término de um encontro que ocorreu ontem na Red Bull House Of art e evidencia esse príncipio. Teve continuidade até àquele momento, e espero que posteriormente, por todos aqueles que estavam ali e começaram a se atentar a compor com as cervejas e objetos consumidos. 

Pois bem, acredito então que o interessante em uma residência está nesse ponto. 
Quando essas singularidades se demonstram, mas começam a se diluir como "obra" ou afirmação do sujeito. 


Algo do que fiz...

A convite da grande amiga: Leka Peres.

Algo do que estou fazendo...

No mês de julho participei de um evento em Santander, norte da Espanha. 
Um workshop com a artista libanesa Mona Hatoum. O workshop na verdade foi um misto de residência, exposição e workshop com 15 artistas do mundo.

Lá pude desdobrar o trabalho das reorganizações urbanas no espaço expositivo.

Primeiro por um trabalho coletivo feito com Oriane Zugmeyer e Sara Thomson, que consistia em "reorganizar" materiais que tinhamos coletado no espaço expositivo, e também pelo próprio trabalho que realizei por conta da exposição de finalização do evento. 

Resumidamente o trabalho coletivo consistia em, a cada 5 minutos aproximadamente, cada participante reorganizar os materiais escolhidos anteriormente. 


                                                                                                                    alguns registros das ações realizadas

 No trabalho que realizei sozinho, procurei compor também com elementos já existentes na arquitetura do local. (segunda foto)



Dessa forma acredito que esses trabalhos, assim como a última pintura postada, dialogam com duas vertentes da arte. Minimalismo e Pop Art.

Minimalismo porque, entre outras características do que se ficou conhecido por tal, o trabalho leva em conta o espaço em que é realizado e também revela essa estrutura em que se insere e está inserida. 
E Pop porque os objetos possuem em suas características cargas de memória situadas no cotidiano e no conhecimento popular ou comum, possuindo em sua aparência até mesmo registros de uso/manufatura.

Ou seja, dialogam com a questão local mas trazem também um significado externo aquele momento que é reconhecível na vida. (algo semelhante ao readymade)

Pretendo agora desenvolver esse pensamento de forma prática em duas oportunidades próximas: Red Bull House of Art, e SAC 42 em Piracicaba. 


Feminino

vivi um tempo suficiente pra hoje entender que há um modo distinto de se ver coisas 

Novas Pinturas

As pinturas que tenho feito são construções de espaços.
Construções que ocorrem sem planejamento prévio e se dão por justaposição de cores, matérias, encontros.
Agora, com o uso do branco, penso estar evidenciando essa construção.Esse movimento.